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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O ano dos meus trinta anos

Andei sumido nesses últimos dias. Não gosto muito das festividades de Natal e Ano Novo. Nunca fui uma pessoa religiosa, mesmo tendo crescido num lar com pais bem religiosos, nem me importo com o fato corriqueiro da contagem de segundos que marcam naturalmente a passagem de uma data para outra. Assim, mantive-me ausente de mensagens, matérias, artigos e
felicitações que inundam as mídias nessa época.

Não acho que sou algum tipo de misantropo. Apenas acredito que desejos de paz e felicidade precisam ser constantes, o ano todo, para todas as pessoas possíveis. E votos de felicidades para um novo ano, quando a felicidade me parece utopia, soam frágeis e mecânicos. Mas, é claro, desejo que a vida de todos que lêem esse texto seja sempre, independente do ano, a melhor vida possível, e que sorrisos alegres e sinceros estampem nossos rostos em cada momento vivido. Felicitação essa que pode ser desejada a qualquer momento, em qualquer ocasião.

Também não tenho metas, objetivos, marcas especiais para alcançar nesse ano. Chegar vivo ao seu final, com saúde e, na pior das hipóteses, no mesmo estado financeiro de agora, já me deixará realizado. Ao resto, cabe muito bem a procrastinação.

Nos meses do meio do ano passado resolvi começar um curso de inglês, postergado por 15 anos. Comecei e continuarei nesse ano. Fora isso, para 2011, acho que seria bom aprender a tocar definitivamente violão. Há mais de 10 anos que comecei e até agora não passo de uma promessa de instrumentista. Além do mais, não sei quanto tempo minha mãe irá esperar para ouvir seu filho tocar bonitinho Detalhes, do Roberto Carlos. Cantar já é projeto para a próxima década.

Seria bom também comprar a guitarra que há mais de uma década namoro (o caso mais longo que tive, e tenho, até hoje) e entrar em uma aula decente, com professor e regras e toda uma rotina de estudos. Dedicação com afinco em busca das escalas pentatônicas e da harmonia perfeita dos sons agudos de um maravilhoso solo. Acho que vou me focar nesse sonho.

Bom, já que escrevi duas coisas que quero fazer esse ano, então, digo outras duas que preciso implementar em minha vida. Primeiro: aumentar um dia na natação, ou fazer algum outro tipo de exercício físico (penso em começar a correr, meio sem rumo, aliás) e, segundo, largar de vez dessa mania de preguiça que me faz nem começar a escrever um livro. Já tenho várias ideias sobre muita coisa boa, interessante, mas, nada... E livros ainda não se escrevem sozinhos, saindo direto de nossa mente para a tela do computador, por enquanto.

Escrevi que não tinha metas para 2011 e acabei descrevendo quatro objetivos para realizar. Na verdade, a gente vive cheio de vontades e desejos, sempre, em todos os dias, e só uma parte deles se realiza. Saber lidar com a frustração das dezenas, centenas, que já nascem mortos é uma arte na qual preciso me aperfeiçoar.

Não espero nada relacionado a amores e relacionamentos. Eles me são tão utópicos quanto à felicidade. Vivi minha vida sozinho até hoje. Se não enlouquecer ou me matar, tudo converge para mais um ano nesse estado. Já nem ligo (mentira descarada!). Mas, confesso que gostaria de terminar o ano dos meus trinta anos usufruindo de uma realidade por ora fictícia.

Enquanto o final do ano não chega para analisar os resultados de tanta esperança comedida, descobrirei a razão da existência desses meses intercalares entre os dezembros de estio da minha vida.

11 comentários:

  1. Ah, que massa.
    Espero que o ano dos teus 30 anos seja muito divertido e a parte do solo de guitarra eu achei linda. Meu sonho é aprender a tocar algum instrumento (piano! piano! piano!), mas nem sei.

    Até mais.

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  2. É, quantas metas. Sugiro que aprenda violão, é lindo, além de te acompanhar a qualquer lugar sem reclamar (rs). A vida é mesmo assim, a gente vive em função dos sonhos, vontades, desejos, e a frustração é um sentimento que não tem receita para ser superada; vai de cada um, da força de vontade, da esperança de mudança...
    E que venha mais um ano, cheio de experiencias inspiradoras pra nós.
    Adorei o texto, quando publicar teu livro, vou querer autógrafo e dedicatória.

    Abraço!
    Até mais

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  3. Olá,
    Conheci seu blog no espaço Le Petit Coin, e gostei muito.Acho que ter um blog significa ter um espaço para dividir com pessoas de todo lugar do mundo, coisas que gostamos, pelas quais nos apaixonamos, aquilo que move nossa alma e nosso coração.Você faz isso muito bem. Parabéns!
    Quero te convidar para conhecer meu blog, com o apoio da editora cia. das letras, estou sorteando um livro, acho que vai gostar.

    http://sabordaletra.blogspot.com/

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  4. Oi Robson!

    Muitas saudades de passar por aqui...

    Eu já passei dos trinta, mas quando estava prestes a virar uma "trintona" um certo pânico tomou conta de mim...

    Como se o mundo fosse mudar radicalmente só por mais uma velinha no bolo.

    Ai recebi um texto de uma amiga minha, vou repassa-lo pra você :))

    Rir é arriscar-se a parecer BOBO.
    Chorar é arriscar-se a parecer SENTIMENTAL.
    Querer alguém é arriscar-se ao COMPROMISSO.
    Expressar sentimentos é arriscar-se ao DESPREZO.
    Expor seus SONHOS frente as pessoas é arriscar-se ao RIDÍCULO.
    AMAR é arriscar-se a não ser correspondido.
    Adiantar-se na presença de adversidades é arriscar-se a FALHA.
    Mas os RISCOS devem ser enfrentados, porque o maior dos PERIGOS na vida é não arriscar-se a nada.
    A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é NADA.
    Poderá evitar o SOFRIMENTO, mas não poderá APRENDER, sentir, modificar, crescer ou amar.
    É um ESCRAVO aprisionado por suas incertezas e inseguranças.
    Somente a pessoa que se arrisca é LIVRE... e somente esta poderá ser FELIZ.

    Beijos e abraços pra vc!
    Até mais ler!

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  5. Rob,

    Bom, eu espero que vc continue imprimindo suas digitais por aqui, pq sempre me alcançam.

    Bjocas

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  6. ''o caso mais longo que tive, e tenho, até hoje'' (Eu ri...)

    Bom te ver de volta!

    (*=

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  7. Rob, somos semelhantes. Também não me agradam festas de fim de ano. Ora, podemos festejar todos os dias, por que não?
    Inglês e violão... Se continuasse a estudar onde parei, hoje seria um razoável conhecedor da língua. Yamandu Costa, não seria não!

    Abraço,
    Jorge

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  8. No meu caso, ausente não seria a palavra certa, nos últimos tempos estive presente na internet, só que calada, sem ânimo para conversas, comentários e até para atualizar meu blog.
    Trinta anos, uma boa idade, espero estar estabilizada quando ela chegar para mim. 2011 vem como o ano dos meus 22 anos, meu primeiro ano de formada que já começou meio sem rumo, confesso. rs
    É difícil não ter expectativas, sempre trazemos algo que gostaríamos de realizar entre um dezembro e outro, mas com 2010 e suas peripécias, aprendi a deixar tantos planos e metas de lado e viver, simplesmente viver cada dia. Quanto aos desejos de fim de ano, também acho tudo muito chato, repetitivo e até forçado. Enfim, obrigada por compartilhar conosco um pouco da sua opinião, um pouco de você.
    Abraços e sucesso. :)

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  9. Rob

    Estou chegando nos 40, kkkkkkkk

    Vim me atualizar meu querido e dizer que já voltei das viagens todas

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  10. Adivinhe.
    Eu aqui, humildemente pedindo desculpa pela ausência. Nada justifica, mas minha vida mudou muito que nem postar eu conseguia.
    Lia o seu blog e de outros amigos em algumas vezes na semana. Não comentava, mas sempre estava aqui.

    Seus textos são sempre tocantes. Tanto que digo que as palavras que te escolhem.

    Grande beijo

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  11. Estou de volta te seguindo!!
    =D

    Bom final de semana!!
    =)

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