Pois é, não morri. Fiquei ausente
desse mundo das palavras por umas semanas simplesmente porque não senti necessidade de tanta
expressão. Não houve essa gana por deixar-me claro nas linhas. Afinal,
sinceramente, não sei usar certas palavras porque talvez não saiba usar certos
sentimentos. Não sei senti-los com a simplicidade que
se requer para domá-los. Tomá-los. Analisá-los. Verbalizá-los. Escrevê-los. Lê-los. Sê-los. Selos. Acho que é isso que me impede de abrir algumas cartas, papéis e linhas de raciocínio, ângulos de visão, formas de sensações. Toda uma ampla gama de conceitos dessa geometria sentimental humana, contida em cartas, envelopes, salas e caixas torácicas.
se requer para domá-los. Tomá-los. Analisá-los. Verbalizá-los. Escrevê-los. Lê-los. Sê-los. Selos. Acho que é isso que me impede de abrir algumas cartas, papéis e linhas de raciocínio, ângulos de visão, formas de sensações. Toda uma ampla gama de conceitos dessa geometria sentimental humana, contida em cartas, envelopes, salas e caixas torácicas.
Não morri, quanto aos meus sentimentos,
alguns talvez já tenham se ido dessa pra
uma melhor.
Não, não morri. Mas, me imaginei
tendo um infarto fulminante ou algum outro troço assim, repentinamente, enquanto
o resto do universo, indiferente, continuaria como sempre fora. Tudo mantendo o
mesmo ritmo, fluxo, caminho, jeito e essência. O forno continuando assar, a
máquina de lavar roupa continuando a lavar, o padre a rezar, o cão a ladrar, o
ladrão a roubar, o robalo a nadar, o nada a se esvaziar, o vazio a completar, o
completo a minguar, a minguante a brilhar, o brilho a reluzir, e seduzir, a
sedução a conquistar, a conquista a fascinar e os demais ao que restar.
Seria tão triste desaparecer da
vida e não saber quem cuidaria daquelas coisas inúteis que guardo no fundo da
gaveta. Daquele cartão antigo ou do pedaço de papel com um endereço de algo que
um dia julguei necessário. O que seriam das contas pagas, dos folders de
propagandas de concessionárias se, de repente, eu sumisse? Quem cuidaria do
microcomputador, que permanece ligado, quase sempre, a noite toda? E o mais
triste: quem velaria pelo sono tranquilo da bela menina-mulher de sorriso
lindo, olhos claros e lábios macios que invadiu meu quarto (e de lá já se evadiu!)
e de quem ainda sinto o perfume?
Essa última dúvida me faz correr
o doce risco de viver.
morreria por um doce, se fosse possível, mas nunca é!
ResponderExcluiré sempre bom te ler
bjão
Oi Ira! Obrigado pelo comentário. Vi seu novo blog. Tão bom quanto ao Faces! E também é muito bom te ler.
ExcluirBjo
Também me inquieto com questionamentos dessa natureza. E não é que, na dúvida, quase sempre o amor(?) nos serve de norte? Mais um ótimo texto, e que vem também nos fazer pensar sobre o que valorizamos e como valorizamos essa vida. Abraços :)
ResponderExcluirOi Aline! De questionamentos estamos cheios, né? Mas uma coisa é certa: a dúvida. E isso é o que nos leva a descobrir as coisas e aproveitá-las enquanto possível.
ExcluirObrigado pelo comentário! Estou meio ausente desse meio, publicando e navegando em outros blogs esporadicamente. Mas, sempre quando possível visito os blogs amigos.
Abraços!
Não morreu?! Para mim você nasceu agora...
ResponderExcluirSeria tão triste morrer e deixar pessoas descobrirem nossas personalidades através do que temos guardado e que não mais pudessem nos contar como somos.
Morreria sem saber quem sou! Então, melhor arriscar viver e ficar procurando alguém que nos diga quem somos... viventes... ausentes...persistentes...