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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sumindo

É na loucura que me atrevo a imaginar
minha vida sendo mais que um sonho.

É na tristeza que me flagro a vaguear.
Em densas trevas, fraco
fico, então morro.

Doces olhos azuis tão lindos!
Claros lábios, beijos que iluminam.
Mas, a luz é pouca e lágrimas vêm surgindo.

Escurece.
Mãos e pulsos desaparecem.
Chorando baixo eu vou sumindo...

Eu, sumo.

novembro/2003

8 comentários:

  1. A tristeza nos faz dissipar junto com a última réstia de luz do dia...


    Beijo, obrigada pelo comentário!

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  2. Não suma. Faça do sumo (do líquido, do suco), o Sumo (o máximo, o supremo.)

    Um abraço,
    Michele

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  3. E depois, a gente reaparece. Para sumir de novo.

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  4. "É na loucura que me atrevo a imaginar
    minha vida sendo mais que um sonho."
    Adorei!
    B-Jos.

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  5. Achei incrívelmente sensível.

    Permaneço por aqui.
    Be:)o

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  6. Acho que todo mundo precisa de um pouco de loucura, se não nos permitirmos pelo menos uma vez, que graça tem viver? O anoitecer acentua a agonia que vem sendo construída em olhos e lábios como convites que ficam e que consomem uma existência. Eu também padeço entre alguns sumiços e recolho, em cada novo poema, o sumo dessa inconstância. Beijo, poeta. =)

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  7. E a vida é um incessante duelo entre sumir e existir. Na dúvida é melhor viver e a cada instante nascer-renascer.

    Beijo

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  8. belíssimo poema!
    é o amor que nos leva por esses caminhos ...
    como eu escrevi esses dias, no caminho do 'amar' a Criatura Se encontra.
    beijos pra vc, querido ...

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